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As Boas Maneiras (2018) | Crítica

  • Foto do escritor: Guto
    Guto
  • 23 de mai. de 2019
  • 2 min de leitura

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“Ele é normal?” - Ana



As Boas Maneiras (2018) é um filme inovador dentro do mercado brasileiro. Em meio a tantas obras nacionais sem criatividade sendo lançadas em um meio que deveria ter foco no lado artístico, como De Pernas pro Ar 3 (2019) e Nada a Perder (2019), esse filme de suspense e drama se destaca pela recriação de conceitos e contos que são pouco lembrados no meio adulto nacional.


O filme conta a história de Clara (Isabel Zuaa), uma enfermeira a procura de emprego na cidade de São Paulo. Lá ela consegue um emprego com a também solitária Ana (Marjorie Estiano), uma mulher grávida que veio do interior e está à procura de alguém que possa cuidar dela durante sua gestação. Durante o desenrolar da história, coisas estranhas acontecem no período de lua cheia, fazendo com que Clara tome uma difícil decisão.


Marjorie Estiano (Sob Pressão) faz uma ótima performance em seu tempo de tela, mas o destaque vai para Isabel Zuaa (O Nó do Diabo), que interpreta de forma magnífica, mostrando sua transição de uma pessoa inexperiente e novata em sua área para uma guerreira disposta a defender aquilo que ela aprendeu a amar. O elenco infantil também está em peso, mostrando suas inocências, vulnerabilidades e roubando até mesmo a atuação de alguns atores coadjuvantes mais maduros.


A fotografia do filme é surpreendente. Lugares suburbanos, embora simples e comum para nós brasileiros, tomam formas e cores através da mudança de cores e posição de câmera, tornando-as tão lindas que poderiam ser facilmente confundidas com quadros exibidos em museus. Essa visão artística acontece graças a Juliana Rojas (O Duplo) e Marco Dutra (O Silêncio do Céu), os diretores desse filme, que definitivamente merecem mais visibilidade no meio cinematográfico brasileiro.


O roteiro do filme é bem trabalhado, porém, no quesito de falas, ele deixa um pouco a desejar. Em alguns momentos as falas são didáticas, e devido a decisão de manter o sotaque de algumas regiões do brasil, talvez algumas situações não fiquem tão bem esclarecidas para quem não tem familiaridade com a entonação das palavras ditas.


Isso não compromete a experiência com o filme, que pode te deixar aflito em algumas situações. Algumas cenas podem ficar perambulando na cabeça de pessoas mais sensíveis, chegando ao nível de filmes internacionais como Hereditário (2018) que também usou eventos isolados que refletem de forma psicológica tanto na vida dos personagens como na mente do telespectador.


Em resumo, As Boas Maneiras é um ótimo refresco para pessoas com mente aberta que procuram algo inovador e surpreendente no mercado cinematográfico brasileiro. Com uma ótima produção e excelentes atuações, esse é um filme que ao mesmo tempo te faz pensar e ficar feliz pelo quão bom um filme brasileiro pode ser.



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