Chernobyl 1x05 (2019): “Vichnaya Pamyat” | Crítica
- Guto
- 8 de jun. de 2019
- 2 min de leitura

“Cada mentira que dizemos gera uma dívida à verdade” - Valery Legasov
Cuidado, possíveis spoilers!
Chernobyl se recupera de episódio pacato e entrega um final satisfatório a sua jornada televisiva. Valery Legasov (Jared Harris) se prepara para o julgamento de Anatoly Dyatlov (Paul Ritter), um dos funcionários responsáveis da explosão que sobreviveu ao incidente. Sob influência de Ulyana Khomyuk (Emily Watson), Valery decide contar a verdade sobre o acidente em Chernobyl, o que acaba o transformando em um perigo para o orgulho do governo.
O episódio nos leva em momentos chaves antes do incidente através das falas de Valery, que tenta passar ao tribunal de forma detalhada e entendivel as informações que ele coletou juntamente com Ulyana e Borys. Borys Shcherbina (Stellan Skarsgård) está no tribunal junto com Valery, e ambos começam a demonstrar sinais da radiação em seus corpos.
O episódio traça muitos paralelos com as grandes empresas atuais. Um dos lemas de Antoly é dita no episódio. De acordo com ele, “Segurança vem em primeiro lugar”, mas suas palavras não se relacionavam com suas atitudes. Ao tentar realizar um teste exigido pelo seu superior, Antoly acaba deixando a usina nas mãos de pessoas inexperientes, e sua falta de respeito com os seus colegas de trabalho acabou agravando a situação. Mas o episódio deixa claro que o problema não foi unicamente dos funcionários, já que o reator utilizado estava ali porque era o “mais barato” para a empresa que a possuía.
O episódio traz reflexões que podem ser utilizadas ainda nos dias de hoje, e mostra a quantidade de vidas que a imprudência pode tirar. Em alguns momentos, o capitulo lembra a clássica obra de George Ownell, o livro 1984 (1949), com Valery sendo a pessoa que recebe a censura do Grande Irmão. Apesar das semelhanças, Valery consegue obter o seu reconhecimento no meio cientifico e alertar ao mundo sobre não cometer os mesmos erros que o seu país, mesmo que isso tenha lhe custado a vida.
Chernobyl não é uma minissérie perfeita, mas ela consegue com sucesso fazer o telespectador pensar e refletir. Mesmo perdendo a oportunidade de entregar algo mais gráfico e menos maçante ao público, a obra entrega boas performances, boa ambientação e uma ótima fotografia, além de uma história que deve ser lembrada para que não se repita novamente.

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