High Life (2018) | Crítica
- Guto
- 2 de jun. de 2019
- 2 min de leitura

"Isso irá me matar" - Monte
High Life é um filme de drama espacial dirigido por Claire Denis (Minha Terra África). Monte (Robert Pattinson) é um dos criminosos que foram enviados ao espaço para conseguir gerar energia ilimitada para a terra através de um buraco negro, mas a missão não acaba como esperado.
Para quem espera um filme movimentado e cheio de ação, é melhor evitar esse. Os únicos movimentos que serão vistos são de corpos. O filme inicia com Monte em sua nave espacial cuidando de um bebê, enquanto resolve o que irá fazer com os corpos do resto da tripulação. Há, de certa forma, uma brincadeira com a sanidade do protagonista. As emoções ao assistir podem variar de pessoa para pessoa. Para alguns podem soar uma obra tediosa, para outros, como uma arte visual que expressa vários pontos de vista sobre até que ponto a solidão pode ser tolerada.
O roteiro não dá foco nas falas, e sim nas expressões e nos movimentos corporais dos atores. Grande parte da história não é falada, e sim expressada através da atuação e do cenário onde os personagens estão inseridos. Robert Pattinson (Bom Comportamento) nos apresenta um personagem que tenta não ceder a loucura, onde muitas vezes se encontra falando consigo mesmo e em outras cuidando de sua horta espacial e o seu bebê, onde ele vê a única salvação para não ceder à loucura.
Apesar de Mia Goth (Suspiria) parecer uma pessoa excêntrica e curiosa, grande parte disso se deve a sua aparência, e não a sua atuação. O destaque aqui fica para a Juliette Binoche (O Paciente Inglês) que a cada movimento nos traz dualidade à sua personagem, que está obcecada para trazer vida em meio ao espaço. Ela traz um passado sombrio em meio a sensualidade e repulsa, e a sua transição para a insanidade é feita com uma ótima performance da atriz.
A trilha sonora é praticamente inexistente, mas bem aplicada quando aparece, entregando o tom que o filme precisa. High Life entrega ao telespectador um filme de drama com elementos de horror, onde o foco é na atuação e nos elementos que compõem seu cenário. Tais elementos trazem uma história profunda para cada personagem, com alguns se destacando mais do que outros. É conduzida uma nova visão da solidão no espaço, que não deve ser visto como um entretenimento simples.

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