Nós (2019) | Crítica

“Se apontas o dedo para alguém, terá três apontados para você” - Jason Wilson

Nós é o novo filme de terror do diretor de Corra (2017), o agora famoso Jordan Peele (The Twilight Zone). O filme conta a história de Adelaide Wilson (Lupita Nyong'o), uma mãe que sofreu traumas no passado em uma casa dos espelhos. Ela e o marido decidem ir para a praia junto com seus filhos afim de aceitar um convite de uma família amiga para passarem um dia de diversão.

Lupita Nyong’o é visivelmente a estrela do filme. Os momentos de aflição e desespero da personagem são bem trabalhados por ela, além de demonstrar a importância e o espirito materno da melhor forma possível. Elisabeth Moss (The Handmaids Tale) também rouba a cena, mesmo sendo uma personagem coadjuvante. O elenco juvenil também não fica para trás, conseguindo entregar tanto momentos de lazer quanto momentos de arrepios.

Winston Duke interpreta o clássico descrente readaptado, que tenta atuar como um tipo de pacificador para aliviar a tensão dos telespectadores, e ao mesmo tempo tenta relevar tudo com bom humor, assim como achar que tudo está normal. Há algumas cenas que é visível o improviso feito pelos atores, o que acaba dando mais realidade às cenas de interação entre os personagens.

O roteiro do filme é bem escrito, mas algumas revelações podem ser pressupostas facilmente pelos telespectadores durante o filme. Apesar disso, os momentos de tensão são muito bem executadas. Ao contrário de seu filme anterior, o diretor aqui não deixa que a comédia prevaleça nas cenas chaves do filme, mostrando mais equilíbrio entre as cenas de tensão e as cenas de descontração entre a família.

Sendo destaque entre os filmes de terror da atualidade, Nós apresenta um filme com reutilização de clichês antigos, os transformando em um produto completamente novo que prende a atenção de seu público. Com ótimas performances e boas surpresas durante sua narrativa, esse é um filme que definitivamente vale a pena ser conferido.