Verdade ou Desafio (2018) | Crítica

"Não tem escolha. Corte!" - Olivia

É incrível como a maioria dos filmes de terror não conseguem fugir do óbvio. Em todos os filmes de terror atuais há sempre um elemento cristão, seja ele crucifixos, padres, freiras e principalmente demônios. São poucos os filmes que conseguem fugir desse padrão religioso, como o clássico O Iluminado (1980), o ótimo O Babadook (2014) e o cheio de personalidade It: A Coisa (2017).

A história do filme gira em torno de Olivia (Lucy Hale) que é convidada pela sua amiga Markie (Violett Beane) a comemorar o término do período de colégio no México. Lá Olívia se encontra com Sam (Landon Liboiron) que a convence ela e os seus amigos a participar de um jogo aparentemente inofensivo de Verdade e Desafio, que ao decorrer do filme vai ficando mais e mais bizarro.

Verdade ou Desafio é um filme padrão de filme de terror. Há a mocinha, o carinha que não quer ajudar, o triangulo amoroso, o final inevitável, entre outros clichês oriundos de outros filmes que consolidaram esse estilo de narrativa. Mas apesar disso, o filme é um ótimo entretenimento para quem quer assistir algo com os amigos e gritar para a tela quando o personagem principal faz algo totalmente diferente do que uma pessoa normal faria.

O filme não possui grandes atuações. Os atores estão ali para cumprir seus papeis de adolescentes de trinta anos com mentalidade de 12. A atenção fica para Aurora Perrineau (Into The Dark) que, mesmo com um script fraco e pouco tempo de tela consegue trazer um maior peso à trama e definitivamente precisa de papeis em filmes que a faça extrair o seu potencial de interpretação.

Em tese, Verdade e Desafio mostra que a Blumhouse não é só feita de filmes excelentes ou ótimos. A produtora de Nós (2019), Fragmentado (2016) e Corra (2017) mostra que também sabe fazer filmes padrões e esquecíveis, que alimentam cada dia mais o superficial. Mas, que de certa forma, esse filme é um superficial aceitável.